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sábado, 16 de abril de 2011

FESTA DO KUARUP

Por Roberto Stuckert Filho

KUARUP

O Kuarup é uma manifestação cultural dos povos indígenas do Alto Xingu – Kalapalo, Matipu, Nafukuá, Kuikuro, Waurá, Aweti, Kamayurá, Meynako e Yawalapiti – e é a maior festa indígena do país. Ele acontece anualmente no Parque do Xingu, sempre no período de estiagem. É a mais alta homenagem que esses índios prestam aos seus mortos importantes.

Para os índios que promovem a Kuarup, os mortos são representados por troncos, fincados no pátio da aldeia promotora da festa. Nos dias em que o Kuarup acontece, interdições são levantadas e permissões são outorgadas: quem quiser, pode se casar, a moça reclusa pode ser liberta, o luto dos parentes terminará e o status definitivo será afirmado àqueles cujo falecimento se vai honrar.

O Kuarup é realizado sempre na aldeia do morto e a família deste é a anfitriã da festa e se encarrega de prover a alimentação para as aldeias convidadas. Por isso, quando morre algum índio, os seus parentes precisam se organizar, pois a realização do ritual exige um grande aumento na produção de alimentos.

O ritual é realizado durante dois dias. Várias atividades são executadas nos dias que o precedem : a preparação dos alimentos derivados da mandioca, a busca dos troncos e o preparo dos ornamentos que vão, no ápice da festa, enfeitá-los.

Nos primeiros momentos da festa, tocadores de flautas uruá cantam e dançam aos pares, percorrendo todas as casas da aldeia. Os pajés fazem suas rezas aos mortos sepultados no pátio da aldeia.

Os mensageiros pariat saem convidando outras aldeias. Os troncos são enfeitados numa cerimônia que é acompanhada por choros e lamentações, que se estendem por toda a noite.

Ao final do segundo dia o Kuarup termina, com uma luta de huka-huka. Os troncos são retirados e jogados no rio ou no lago. Durante a noite de lamentações, todos os lutadores ficam acordados; eles temem dormir e ter maus sonhos. Acreditam que isso irá atrapalhar o bom desempenho na luta do dia seguinte, que começa com o raiar do sol.

Fotos de Roberto Stuckert Filho

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