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REVOLTA DOS BÚZIOS - ELYSIO ATHAÍDE E SOLANGE COELHO

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

GINCANA ELYSIO ATHAÍDE 2010




Escola Estadual Elysio

Athaíde

GINCANA CULTURAL INTERDISCIPLINAR/2010: CONSCIÊNCIA NEGRA

17, 18 e 19 DE NOVEMBRO

Coordenaçã0: Edson Paiva, Elizângela e Lidia Barreto

RELATÓRIO

INTRODUÇÃO

A elaboração deste relatório visa dar visibilidade no resultado obtido durante o período da realização do trabalho. Permear uma análise dos resultados obtidos para sanar prováveis falhas ocorridas e buscar possibilidades para um melhor desempenho nos próximos projetos.

JUSTIFICATIVA

Buscou-se nesse projeto implementar a Lei 11.645 /2003, que obriga as escolas públicas e particulares da educação básica a desenvolverem conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileira e indígena. A Escola Elysio Athaíde, vem, desde 2005, se debruçando no desenvolvimento de atividades que contemplem a cultura afro-brasileira e a discussão sobre identidade e relações étnico-raciais. Com essa atividade, ampliou-se a proposta. Trabalharam-se parcialmente as questões indígenas, dando ênfase maior para as questões da africanidade. Baseando-se nos conteúdos étnico-raciais e história da África e dos povos africanos e seus descendentes brasileiros trabalhados ao longo do ano letivo, reconhecendo a importância da contribuição histórico-social dos descendentes de africanos e indígenas ao país.

Considerou-se a importância do trabalho pedagógico voltados para a utilização dos avanços tecnológicos e midiáticos, especialmente a do uso do computador na construção do conhecimento, proporcionando ao aluno uma melhoria na busca de uma educação de qualidade, tornando-o incluído na alfabetização digital, com condições de buscar e compreensão das novas idéias e os novos recursos das multimídias sociais.

OBJETIVOS

O referido projeto teve como objetivos:

- Implementar a Lei 11.645 /2003, que obriga as escolas públicas e particulares da educação básica a desenvolverem conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileira e indígena;

- Desenvolver atividades que contemplem a cultura afro-brasileira e a discussão sobre identidade e relações étnico-raciais, as questões indígenas, a história da África e dos povos africanos e seus descendentes na formação do povo e da cultura brasileira;

- Reconhecer a importância da contribuição histórico-social dos descendentes de africanos e indígenas ao país;
- A participação ativa dos professores no desenvolvimento e acompanhamento das atividades/tarefas organizadas para a gincana interdisciplinar;
- A integração da comunidade escolar, estimulando a participação dos diferentes segmentos da mesma em todos os momentos do processo pedagógico;
- Promover atividades de Interação com a comunidade em geral através de ações de cunho social e cultural; a interação de intercambio com representantes do continente africano;
- Oportunizar atividades que envolveram a utilização dos recursos da informática: através de edição de texto no blog da escola, em pesquisas orientadas na internet, edição e postagem de vídeos sobre o trabalho realizado;
- Ações que demandaram o resgate e a aplicação dos valores de solidariedade, respeito, companheirismo e determinação, assim com a importância da preservação do patrimônio escolar.

PLANEJAMENTO

A Gincana Cultural Interdisciplinar: Consciência Negra se desenvolveu durante os dias 16, 17, 18 e 19 de novembro de 2010, envolvendo aproximadamente 210 (duzentos e dez alunos), das turmas do Ensino Fundamental (séries finais).

No dia 16, foi entregue a tarefa da confecção das bandeiras dos países do continente que ocorreu a diáspora africana brasileira e arrumação das salas (quartel general das equipes). Nos dias 17 e 18, foram realizadas 12 tarefas e no dia 19 houve a apresentação das 3 tarefas restantes, a apresentação da peça Revolta dos Búzios encenada por alunos da escola, dirigida pelo professor Vitor Kizza e a realização da mesa redonda sobre Consciência Negra e Diáspora Africana Brasileira, coordenada por Isaura Rodrigues, aluna da 8ª série, com a participação do Prof. Antônio Godi, Profa. Lia Spósito, Eloisa Jorge (Angola) e (Gâmbia). Nos três dias da gincana houve a apresentação do maculelê pelo grupo de dança da 8ª série,
A equipe multidisciplinar responsável pela elaboração das tarefas foi constituída pelos professores das disciplinas: diversificada, Edson Paiva; educação artística, Lidia Barreto; e educação física, Elizângela.
As tarefas foram formuladas com intuito de promover os princípios de convivência, valorização, participação e os conhecimentos adquiridos durante o ano letivo sobre os povos indígenas do Brasil, história da África, africanidade, identidade étnica, revoltas dos escravos na Bahia e Quilombos dos Palmares.

AÇÃO PEDAGOGICA

Antecipando a gincana, ocorreram duas reuniões pedagógicas com os envolvidos objetivando avaliar o andamento das atividades, dificuldades enfrentadas e retro-alimentação do projeto. Na primeira, foi entregue aos alunos representantes das equipes, padrinhos e madrinhas uma pasta contendo as tarefas antecipadas, regulamento, bloco e caneta.

Cada sala teve um professor (a) padrinho ou madrinha da turma e dois alunos (as) responsáveis pela equipe. As tarefas da Gincana foram disponibilizadas no blog da escola (escolaelysioathaide.blogspot.com), possibilitando o acesso pela comunidade escolar;
Este blog serviu para as turmas (equipes), tomarem conhecimento das tarefas, atualizarem-se quanto a sua classificação na Gincana e opinarem sobre as mesmas;

As tarefas foram baseadas nos conteúdos trabalhados durante o ano letivo versando sobre a lei 11.645;
Algumas tarefas foram fornecidas com dias de antecedência, para a realização na própria escola em conjunto com o padrinho ou madrinha da turma;
Duas tarefas surpresas foram postadas no blog no dia 17/11;

Durante os dias da gincana, o professor padrinho e/ou madrinha avaliou a participação do aluno, relacionamento com o grupo, disciplina, realização das tarefas solicitadas e a produção do conhecimento adquirido;

No dia 17, houve apresentação do grupo de percussão da Casa do Sol.

AVALIAÇÃO

Foi realizada uma reunião no dia 23/11, às 11h00, com os padrinhos, madrinhas, alunos (as) representantes das equipes, coordenação geral e comissão julgadora. Considerou-se em primeiro a fala dos alunos (as), padrinhos e madrinhas, em segundo plano a comissão julgadora e a comissão coordenadora.

Avaliou-se o grau de satisfação dos participantes, as dificuldades encontradas, a participação efetiva dos alunos, professores e funcionários nas atividades, as tarefas antecipadas lançadas no blog, as tarefas surpresas, a organização da gincana, o comportamento dos alunos, padrinhos e madrinhas durante os dias da gincana, o apoio e a participação dos gestores, envolvimento dos pais, como também o nível de relacionamento, dedicação, motivação e disciplina de cada participante.

Foi considerado como premiação o sistema de pontuação para todas as disciplinas:

1º lugar = 4,0 (pontos) 6ªM1

2º lugar = 3,5 (pontos) 8ª única

3º lugar = 3,0 (pontos) 5ªM2

4º lugar = 2,5 (pontos) 5ªM1

5º, 6º e 7º lugares = 2,0 (pontos) 7ªM, 6ªM2 e 7ªM2.

Aprovou-se, pela maioria, que seria computado para o aluno (a) apresentador (a) de tarefa da gincana o valor máximo de quatro pontos como forma de valorização pelo desempenho, conhecimento demonstrado e incentivo.

A freqüência, pontualidade e participação efetiva do aluno foi fator importante para a pontuação individual.

As tarefas e o regulamento foram discutidas e construídas pela equipe coordenadora.

CONCLUSÃO

Pedagogia de Projetos

Constatou-se que o trabalho por Projeto Pedagógico potencializa a integração de diferentes áreas de conhecimento, assim como a integração de várias mídias e recursos, os quais permitiram ao aluno expressar seu pensamento por meio de diferentes linguagens e formas de representação.

Do ponto de vista de aprendizagem no trabalho por projeto, Prado (2001) destaca a possibilidade de o aluno recontextualizar aquilo que aprendeu, bem como estabelecer relações significativas entre conhecimentos. Nesse processo, o aluno pôde ressignificar os conceitos e as estratégias utilizadas na solução do problema de investigação que originou o projeto e, com isso, ampliar o seu universo de aprendizagem.

Em se tratando dos conteúdos, a pedagogia de projetos é vista pelo seu caráter de potencializar a INTERDISCIPLINARIDADE. Isto de fato pode ocorrer, pois o trabalho oportunizou romper com as fronteiras disciplinares, favorecendo o estabelecimento de elos entre as diferentes áreas de conhecimento numa situação contextualizada da aprendizagem.

Nesse sentido, é necessário que o professor tenha abertura e flexibilidade para relativizar a sua prática e as estratégias pedagógicas, com vistas a propiciar ao aluno a reconstrução do conhecimento. O compromisso educacional do professor é justamente saber O QUÊ, COMO, QUANDO e POR QUE desenvolver determinadas ações pedagógicas. E para isto é fundamental conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza da sua intencionalidade pedagógica.

O Projeto Gincana Cultural Interdisciplinar 2010: Consciência Negra possibilitou a ampliação do conhecimento da diáspora africana brasileira, cultura africana e uma visão estrutural sobre o continente e os respectivos países trabalhados, o desenvolvimento de atividades que contemplaram a cultura afro-brasileira, a discussão sobre identidade e relações étnico-raciais, as questões indígenas, a história da África e dos povos africanos e seus descendentes na formação do povo e da cultura brasileira.

Pode-se perceber o grande interesse e envolvimento por parte do alunado e professores envolvidos. O conhecimento demonstrado por grande parte dos alunos que apresentaram tarefas e confirmado no depoimento dos representantes:

. Aprendizado significativo;

. Importância das tarefas na aprendizagem dos alunos;

. Aprendizado através do brincar;

. Responsabilidade no cumprimento das tarefas;

. Grande participação dos alunos, até mesmo daqueles que nunca ficam em sala e quando ficam, atrapalham o andamento da aula;

. Integração de vários alunos;

. Conhecimento adquirido sobre os povos indígenas;

. Demonstração de capacidade dos alunos para a realização das tarefas.

Os alunos através de estudos, pesquisas e diversas atividades constataram, compreenderam, conheceram e explicaram um pouco sobre a cultura indígena: significado das pinturas corporais; vestuário; vocabulário tupi-guarani incluso na língua portuguesa. Composição étnica, religião, alimentação e informações sobre a língua ioruba e outras línguas nativas africanas que fazem parte do vocabulário da língua portuguesa, como também, entenderam a importância da diáspora áfrica na construção da etnia e cultura do povo brasileiro, as lutas dos povos escravizados na construção de uma outra sociedade e melhor perceberam suas marcas identitárias.

Hoje, podemos dizer que grande parte do alunado passou a perceber a importância do continente africano na formação da humanidade, a diversidade religiosa, étnica. Conhecimento da cultura, da diversidade sócio econômica e política, e, especialmente, a contribuição que o continente africano favoreceu ao patrimônio baiano, que é o estado com a maior população negro da diáspora africana e percepção de suas marcas enquanto afro-descendente.

PONTOS POSITIVOS:

O envolvimento total de 60% dos professores padrinhos e madrinhas e 80% dos alunos (as) favoreceu o sucesso da gincana;

. Grande aprendizado;

. Envolvimento total de algumas equipes;

. Tarefas significativas;

. Organização da Gincana;

. Organização das equipes;

. Alguns padrinhos e madrinhas ajudaram bastante e se envolveram totalmente;

. Todas as equipes com camisa padronizada;

. Todas as equipes com suas faixas de identificação.

. Vibração das equipes;

. Decoração da área externa.

. Funcionamento do blog da escola;

. Integração entre os participantes e equipes;

. Resgate da cultura e da religiosidade afro descendente e indígena;

. Presença de pais, de responsáveis e alguns familiares dos alunos;

PONTOS NEGATIVOS:

. Falta de apoio e participação da direção da escola

. Ausência da gestão escolar no dia 17/11;

. Portão aberto favorecendo a entrada de qualquer pessoa;

. Presença de vários ex-alunos com atitudes indisciplinar;

. Falta de água nos três dias da gincana em decorrência dos serviços que estavam sendo realizados na tubulação hidráulica;

. Desinteresse de alguns alunos;

. Alguns padrinhos e madrinhas não se interessaram pelas turmas que estavam responsáveis;

. Algumas turmas difíceis de se trabalhar;

. Falta de cumprimento das punições pela equipe organizadora;

. Flexibilização do regulamento por parte da comissão julgadora;

. Alunos que desistiram de apresentar tarefa;

. Indisciplina de alguns alunos;

. Falta de leitura das tarefas por parte de alguns padrinhos e madrinhas;

. Alguns alunos e alunas responsáveis pela equipe sem compromisso e desinteresse;

. Os pais e convidados foram servidos no final, faltou uma melhor assistência.

SUGESTÕES:

. Rever algumas tarefas;

. A comissão julgadora deverá ser composta com pessoas de fora da escola;

. Promover curso sobre postagem de vídeo;

. A Direção da escola deve se envolver mais com os projetos e com o material necessário;

. Os convidados deverão ser servidos antes dos alunos;

Espera-se que em outro projeto similar, ocorra um engajamento da totalidade do corpo docente, uma melhor ação pedagógica, por parte de alguns professores e mais empenho na apreensão cognitiva do aluno.

Salvador, 12 de dezembro de 2010

Edson Paiva

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

COM A PALAVRA: JOSÉ PACHECO
"TRABALHO HÁ MAIS DE 30 ANOS COM ESCOLA QUE NÃO TEM AULA, SÉRIE E PROVA, E DÁ CERTO", DIZ EDUCADOR PORTUGUÊS

Idealizador da Escola da Ponte, em Portugal, instituição que, em 1976, iniciou um projeto no qual os estudantes aprendem sem salas de aula, divisão de turmas ou disciplinas, o educador português José Pacheco afirma que as escolas tradicionais são um desperdício para os estudantes e os professores. “O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares", diz. "Dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão."Aos 58 anos, o professor que classifica autores como Jean Piaget como "fósseis", fez uma peregrinação pelo país. No trabalho de prospecção de boas iniciativas em colégios brasileiros, Pacheco só não conheceu instituições do Acre e do Amapá e diz ter somado cerca de 300 voos no último ano.Com a experiência das viagens, escreveu dois livros de crônicas: o "Pequeno Dicionário de Absurdos em Educação", da editora Artmed, e o "Pequeno Dicionário das Utopias da Educação", da editora Wak. Aponta ainda que a educação brasileira não precisa de mais recursos para melhorar: "O Brasil tem tudo o que precisa, tem todos os recursos e os desperdiça". Veja a entrevista em:

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010